Hábitos, costumes, valores, formas de se vestir, de falar, de relacionar-se. O ser humano vive no coletivo e, por isso, é um ser social e cultural, que carrega consigo suas tradições, línguas, etnias, religiões, culinárias, diversidades. Pluralidades moldam a sua identidade e suas escolhas.

Na sociedade, encontramos os grupos sociais que se organizam em torno de uma cultura, afirmando seus interesses, sejam eles materiais ou ideológicos, considerando que cada cultura traz seus próprios códigos de comunicação. Uma maneira de pensar a cultura organizacional nas redes de franquias é observando todo esse conjunto de hábitos, princípios e crenças defendidas, esse “modo como fazemos as coisas por aqui”. Em outras palavras, é a mentalidade dominante na rede – reforçada por comportamentos – a responsável pela comunicação estabelecida que tem a função de moldar o “espírito” que informa o modo de trabalho da empresa.

Neste sentido, é importante que a Franqueadora conheça profundamente sua cultura e as subjetividades da organização, não somente os aspectos predominantes e característicos dos fundadores e executivos, como personalidade, mentalidade, mas entendendo que a cultura é uma construção coletiva, que está sempre em processo de mudança, ou seja, passa por muitas transformações e pode ser reconstruída ao longo do caminho. Este cenário deixa claro que a Franqueadora deve buscar ferramentas para reforçar os comportamentos que estejam alinhados à cultura “desejada”.

Com o crescimento das unidades franqueadas em uma rede, um dos grandes desafios é gerar um bom alinhamento, dando mais clareza ao papel do Franqueador e ao papel de seus Franqueados. Bons relacionamentos trazem bons resultados. Por essas razões, quando falamos de cultura de franchising, precisamos de um olhar sob a ótica das relações humanas, com transparência, com boa gestão da comunicação, de modo a gerar menos atritos, menos conflitos, estabelecendo uma relação de confiança.

Outro desafio é desenvolver o comportamento empreendedor; este, assim como os outros relacionamentos interpessoais, está diretamente ligado aos valores que envolvem a reação a determinados estímulos; logo, o que poderia favorecer o comportamento empreendedor numa organização é justamente uma cultura empreendedora.

Quanto mais empresários com perfil empreendedor houver em uma rede de franquia, maiores as chances dessa mesma rede conseguir desenvolver o comportamento empreendedor nos franqueados. Isto porque o meio já é também um estímulo. A convivência com líderes empreendedores fará com que muitos franqueados se tornem capazes de ressignificar os motivos pelos quais adquiriram um negócio. Se antes foi por necessidade, por exemplo, agora pode ser para “transformar vidas”. Com isso em mente, identificamos também o papel de um propósito organizacional bem definido, a fim de que esse se torne um estímulo que favoreça e fortaleça a Cultura de Franchising.

Novas tecnologias e novas formas de se relacionar tanto com franqueados quanto com os clientes, inevitavelmente, têm gerado impacto na Cultura. Os novos tempos pedem processos ágeis, mentes ativas, ambientes mais colaborativos e aprendizagem contínua, além da disposição em aprender, adquirir novos conhecimentos, desaprender e reaprender, questionando antigas crenças.  Frente a essa realidade, a Cultura deve favorecer aquilo que é uma prerrogativa do Franchising: a criação coletiva como diferencial competitivo.

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